Foi com muita indignação que o Sintusp tomou conhecimento dos casos de racismo que estudantes negros da Escola de Aplicação da USP vêm sofrendo. Os casos relatados pelos próprios estudantes e por seus familiares evidenciam situações graves que precisam ser tratados com a seriedade e urgência que merecem.

Vivemos em um país profundamente racista que carrega ainda nos dias de hoje a marca da opressão às negras e negros, que se expressam nos inúmeros assassinatos de jovens negros pela polícia, nas condições precárias de trabalho e de vida da população negra empurrada para os piores trabalhos com menores e salários e direitos. A população negra sofre também com o desemprego, a falta de acesso a saneamento básico, moradias precárias, são a maioria entre os analfabetos, maioria entre os desempregados, sendo submetidos a todo tipo de humilhações e violências cotidianas. 

O racismo é uma ideologia que só serve à classe dominante e é papel fundamental de toda a classe trabalhadora enfrentar o racismo e apoiar a juventude que se levanta contra essa e outras formas de opressão. Por isso, é entusiasmante ver que na USP, uma universidade tão racista e elitista e uma das últimas a implementar as cotas raciais no país, os estudantes negros estão se organizando. Na Escola de Aplicação, depois da omissão por parte da diretoria os estudantes negros vêm se organizando e estão impulsionando medidas de protesto contra os casos de racismo, uma luta legítima, necessária e urgente que deve ser assumida por todos nós.

Na reunião do Conselho Diretor de Base do Sintusp votamos o total de nosso sindicato à luta dos estudantes negros contra o racismo na Escola de Aplicação. Manifestamos também todo nosso apoio à liberdade de expressão cultural e política e aos métodos de luta dos estudantes e repudiamos qualquer tentativa de censura ou de intimidação dos estudantes! Estudantes negros da USP, sua luta é nossa luta contem com o Sintusp para essa e para as próximas batalhas que esperamos construir juntos.

Racistas não passarão!