Há quem diga que privatizando as coisas, melhora. Já sentimos na pele que isso não é verdade, basta ver o que ocorreu com a energia elétrica sob controle da ENEL. Pois bem, a reitoria decidiu contratar uma empresa pra montar o projeto de avaliação/progressão (curiosamente uma empresa formada por egressos da FEA, mesma unidade dos presidentes do DRH e da Codage). Muito bem, já vimos na etapa de avaliação que isso não ia prestar. A avaliação foi uma patacoada, com questões que não davam conta dos vários tipos de atividades que desenvolvemos. Agora, com a progressão, tudo só piorou, pois a reitoria decidiu aprovar regras de corte absurdas, que ninguém sabia (nem mesmo os dirigentes de unidade).

O vínculo entre a etapa de avaliação e de progressão existiria, isso estava dito. Mas nunca foi estabelecido quais eram as regras. No meio do jogo as regras apareceram, uma vergonha! Vejamos o caso das avaliações. No FAQ divulgado pela reitoria sobre a etapa da avaliação, consta uma pergunta se haveria recurso caso o avaliado não concordasse com o resultado da avaliação. A resposta é a seguinte: “O resultado da avaliação deve refletir o registro das diferentes percepções sobre o desempenho do(a) servidor(a) para fins de elaboração de um Plano de Desenvolvimento Individual, não sendo procedente a aplicação de recurso”. Muito bem, supostamente o resultado seria o registro das diferentes percepções sobre o desempenho do funcionário. Muito lindo! Mas aí, na hora da progressão, apenas uma opinião foi definitiva, servindo de corte pra possibilidade de progressão, que foi a avaliação da chefia! Ou seja, não tem recurso porque o resultado deveria ser as diferentes percepções, mas aí no final o único resultado que vale é o da chefia!

Aparentemente os dirigentes da USP vivem em um mundo paralelo, no qual não existe perseguição e assédio moral. Considerar apenas a posição da chefia é ignorar que em muitos casos os funcionários serão injustiçados!

Seria muito interessante se na próxima progressão da carreira docente, as chefias de departamento ficarem responsáveis por definir previamente quem vai poder concorrer, não é? Seria emocionante vermos isso acontecer entre os docentes também. Mas obviamente não será assim, pros docentes tem comissão disso, daquilo, discussão e tal. No nosso caso é goela abaixo e ainda sem reclamação! Não podemos permitir! Todas e todos ao Ato!