Há na USP, e isso vem de longa data, a tradição do autoritarismo desde a estrutura de poder elitista e engessada, mas que se alastra por chefias que inventam regras inexistentes. Essa gestão da reitoria, a despeito do que prometeu, marcou sua gestão pelo não diálogo. Ela informa, quando muito, mas não aceita debater com alunos e funcionários. O Acordo Coletivo de Trabalho 2023-2024 foi marcado por autoritarismos da reitoria e dos seus negociadores, que negaram até coisas tidas pelos mais sábios como algo elementar, como, por exemplo, não cobrar por horas de trabalho quando a USP está fechada para o recesso, dentre outras negativas. Mas há quem ache que pode, inclusive, alterar as regras do Acordo Coletivo de Trabalho a seu bel prazer, querendo ser ainda mais autoritário.

A Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia parece ser um dos locais a abrigar um desses seres autoritários. O Acordo Coletivo anterior, estabelece de forma clara que aqueles que estão com horas em débito, ou seja, devendo horas, a fim de evitar o desconto, podem repor essas horas aos sábados. No entanto, qual não foi nossa surpresa ao recebermos queixas de que na Veterinária o Sr. Visintin não havia autorizado a compensação de horas no último sábado antes do término do acordo coletivo.

Qual o propósito dessa proibição? Nos parece certo sadismo querer que funcionários, com famílias e a si próprios para sustentar, contas a pagar, sofram descontos nos salários e sejam prejudicados. Não nos parece concebível essa forma de tratar seres humanos.

E mais, não é a primeira vez que tal iniciativa se dá. Sem explicação aparente que não seja por mero capricho, o mesmo diretor já havia limitado o horário de compensação de horas nos dias úteis de 7h às 18h, restringindo a possibilidade de compensação de muitos companheiros. Isso é mostra do tipo de assédio moral que leva ao adoecimento de diversos trabalhadores nas unidades. Burn out, depressão, síndrome do pânico. É esse tipo de adoecimento que se torna cada vez mais frequente na melhor universidade do país. Que “Xou” da USP é esse?

Os trabalhadores da FMVZ não são animais. Não são preguiçosos. Não fazem corpo mole. São eles que ajudam a levantar o nome da USP nas pesquisas, que faz a USP se manter nos rankings junto a docentes e estudantes. A USP também é nossa e somos parte indissociável da sua história. Não podemos aceitar mais desmandos como esse, caprichos que só servem para adoecer os trabalhadores. É um absurdo a forma desigual que somos tratados, tendo que compensar horas quando a universidade não funciona, sujeitos a todo tipo de assédio. É inadmissível que tenham diretores que queiram punir ainda mais os funcionários com sadismo e autoritarismo desmedidos. Não vamos abaixar a cabeça.

Denunciamos todos os diretores e chefias autoritárias. Precisamos construir uma forte mobilização para dar fim ao assédio moral. Vamos fortalecer nossa categoria e fazer do sindicato uma trincheira na luta contra o assédio moral e o adoecimento mental!