No 8º Congresso dos trabalhadores da USP, debatemos a situação financeira do sindicato e as medidas necessárias para defender nosso instrumento de luta.

O Sintusp é um sindicato de luta e por isso também um alvo da repressão por parte da reitoria e dos governos. Ao longo dos últimos anos, foram greves duríssimas, além de paralisações, atos durante as negociações dos nossos direitos que elevaram enormemente as despesas do sindicato.

As diversas lutas encampadas pelo nosso sindicato geraram gastos de várias ordens, sejam gastos com carro de som, multas e processos judiciais, sejam os gastos com ajuda de custo e reposição de salários quando ocorreu cortes de salários para punir os lutadores nas greves. Esses gastos extraordinários somados à diminuição do número de sócios, principalmente após os PIDV de 2014 e 2015, levaram a um endividamento do sindicato.

Nosso sindicato carrega em sua tradição e nos seus princípios básicos a defesa de que as despesas correntes para a manutenção de sua estrutura (corpo jurídico e administrativo), seja feita através da associação voluntária, por isso sempre mantivemos contrários ao imposto sindical. O imposto era uma forma de cooptação dos governos aos sindicatos, pois seu valor era cobrado sobre os salários dos trabalhadores e divididos pelas burocracias, sindicatos, entidades governamentais e patronais. Ou seja, sairia dinheiro do trabalhador para o bolso dos patrões. Isso nós sempre fomos contra!

Com a reforma trabalhista isso acabou. No entanto, foi mantida na nova legislação a contribuição assistencial ou taxa negocial.

A taxa consiste num valor a ser definido pelos sindicatos, serve para pagar os gastos com as campanhas ou períodos de negociação com a USP. Por isso, nosso sindicato aprovou lançar mão desse mecanismo, de forma extraordinária, para pagar as dívidas do Sintusp, mas também trazer mais e mais pessoas da categoria com uma forte campanha de filiação. E queremos discutir com cada um dos trabalhadores essas propostas como uma medida de proteger nosso sindicato.

“Frente  à situação gravíssima do sindicato, que por sua crise financeira acumulou uma dívida referente a encargos trabalhistas dos funcionários do sindicato, e que essa situação é inaceitável e precisa ser revertida urgentemente, decidimos implementar em caráter totalmente excepcional a cobrança da contribuição negocial para o conjunto dos funcionários da USP, preservado o direito individual de recusa, de modo temporário e limitando o período e valor da arrecadação desta contribuição exclusivamente ao que corresponda ao pagamento desta dívida e à constituição de um fundo de greve, que só possa ser movimentado estritamente para despesas relacionadas à greve e após sua deflagração.”

Por isso, propomos 4% de desconto dividido em 4 meses para quem não é sócio garantindo a isenção para os sócios e o direito de recusa será garantido.