O Hospital Universitário da USP sofre um desmonte deliberado pela reitoria da USP há vários anos. O HU tem uma falta crônica de funcionários, especialmente após os PIDVs e com a suspensão de concursos (só voltou a ter contratação de efetivos em 2023, e em número muito abaixo do necessário), tudo isso como uma das consequências da política da USP adotada com os parâmetros de sustentabilidade.

A falta de pessoal acarretou bloqueio de leitos e restrição de atendimentos. Com a falta de assistência primária na região, ocasionada pela falta de equipamentos de saúde (UBS) e também de UPAs para atendimento emergencial, a população recorre ao HU. Isso leva a cenas lamentáveis no dia a dia do hospital, como, por exemplo, o congestionamento de macas no Pronto Socorro Adulto (PSA).

Muitas vezes, o paciente entra no PSA, ficando dias em uma maca, em muitos casos, na maca da própria ambulância que o transportou até o HU. Além de desumano, essas macas retidas prejudicam todo o sistema de saúde da Zona Oeste, já que a ambulância não pode voltar sem ela. O paciente dá entrada no PSA, fica dias pra conseguir internação (por termos muitos leitos bloqueados por falta de funcionários), e muitas vezes tem que aguardar vaga em outro Equipamento de Saúde. Em muitos pacientes a medicação é administrada em poltronas, por falta de macas e espaço físico no PSA. E para piorar, a permanência dos pacientes no PSA aumenta o risco de infecção hospitalar.

Se o paciente precisar de cirurgia de urgência, tem que aguardar anestesista, circulante de sala (enfermagem), vaga em enfermaria para a recuperação pós-operatória, ou seja, uma verdadeira saga (no HU temos aproximadamente 100 leitos bloqueados por falta de funcionários).

No Pronto Socorro Infantil (PSI) não é diferente. Com o período de inverno, aumentam as doenças sazonais, o que leva ao aumento da procura. Temos cenas até mesmo de crianças entubadas aguardando vagas na UTI Infantil. A Pediatria tem 36 leitos, mas somente 15 estão em funcionamento, causando um acúmulo de pacientes no PSI, que ficam por dias aguardando vaga para a internação.

A UTI adulto, por sua vez, está sempre com todos seus leitos ocupados e com a Semi- Intensiva BLOQUEADA em decorrência da falta de funcionários

As enfermarias estão sempre lotadas e com pacientes de alta complexidade, com internações por períodos maiores que o indicado.

Serviço de Farmácia, laboratório, de Imagem e todos os outros serviços essenciais para a manutenção do atendimento ao paciente estão prejudicados por falta de profissionais.

Centro Obstétrico precisa ampliar seu espaço físico e as oferecer melhores condições de trabalho aos funcionários para atender às normativas de atendimento Humanizado. O espaço conta com rachadura na parede de sala de parto, sem acomodação e alimentação adequada aos acompanhantes.

O Alojamento Conjunto (local em que a puérpera fica com seu bebê, aprende a amamentar, dar banho e recebe as orientações necessárias sobre como cuidar do seu corpo e da criança após o parto) necessita de reforma urgente, há anos o que se tem feito são remendos e pinturas que mascaram os reais problemas.

Janelas quebradas, necessitando de troca, problemas elétricos e hidráulicos são parte dos problemas que funcionários e estudantes que atuam no hospital enfrentam diariamente.

A unificação da Clínica Medica e Clinica Cirúrgica tem causado um desconforto aos funcionários. Não houve nenhum dialogo anterior para a fusão dos 2 setores, o que causou um ambiente de trabalho com muitos funcionários descontentes.

Com a terceirização avançando drasticamente no hospital, serviços que eram feitos com excelência como a Higiene, hoje são feitos por empresa terceirizada, que oferece um serviço de baixa qualidade, além de explorar seus funcionários com excesso de trabalho, assédio moral e punições arbitrárias como advertências e mudança de posto de trabalho, quando reclamam da falta de material ou condições de trabalho.

Recentemente, foi terceirizado o serviço de Nutrição. Os funcionários da Nutrição estão há mais de duas décadas no mesmo setor, com a extinção de suas funções por parte da Reitoria, foram retirados do seu setor e distribuídos em outros setores, sem treinamento adequado

O HU é um campo de ensino pesquisa e extensão importantíssimo para todas as áreas da saúde, além de ser o único Hospital de atendimento secundário da região oeste.

Precisamos seguir as denúncias da situação dramática do Hospital, exigindo que a reitoria contrate funcionários efetivos, via USP, para repor o quadro que tínhamos antes dos PIDVS! Com as contratações, é necessário abrirmos os leitos para que o hospital funcione com sua capacidade máxima, atendendo adequadamente a população, tanto externa quanto a comunidade USP! Pela imediata reversão da terceirização da Higiene e da Nutrição! Exigimos o fim da terceirização, com a incorporação dos atuais terceirizados aos quadros da USP sem necessidade de concurso público! Pela revogação dos Parâmetros de Sustentabilidade! Essas são algumas das demandas que defendemos para que o HU volte a atender com qualidade! A população, funcionários efetivos e terceirizados, alunos e residentes merecem respeito!