Nesta segunda ocorreu reunião com a Copert (Comissão Permanente de Relações do Trabalho) para negociação da nossa Pauta Específica de 2024. Nas questões econômicas, a nossa pauta tem como eixos principais a reivindicação de um valor fixo de R$1.200,00 incorporado aos salários, e reajuste do VA para R$1.715,00 e do VR para R$75,00 por dia para recompor o poder de compra de ambos em relação a 2013. Além disso, a pauta específica tem uma série de outros itens, que podem ser vistos aqui.

Na reunião, o Prof. Wilson, presidente da Copert e do DRH fez uma rápida abertura focada apenas no tema dos benefícios. Quando ele declarou a proposta inicial da reitoria, ficamos todos indignados! Após dois anos de congelamento, eles tiveram a coragem de propor apenas R$60,00 de reajuste no VA, que passaria para R$1.150,00, e reduzir o desconto do VR de 20 para 15%, o que significava, na prática, reajustar o valor real do VR em míseros R$2,25 (o que dá, no máximo, pra comprar uma paçoquinha na hora do almoço). Trocando em miúdos, foi um verdadeiro Escárnio! E essa indignação rapidamente se espalhou pela universidade, quando informamos qual era a proposta vergonhosa da reitoria.

O que mais chamou atenção é que os representantes da reitoria nem se deram ao trabalho de argumentar em defesa dessa proposta. Fingiram não saber do cenário econômico favorável, já que a arrecadação do ICMS está bastante acima da prevista, e além disso só a USP tem um caixa de quase 7 bilhões de reais!

Os membros do sindicato fizeram várias falas destacando especialmente as perdas que acumulamos ao longo dos últimos 11 anos nos benefícios, e como isso impacta especialmente os funcionários com salários mais baixos. Destacamos ainda o cenário econômico e o caixa da universidade, e reforçamos que na Unicamp, por exemplo, o VA já está em R$1.420,00 e o VR tem um desconto de 5% ao invés de 20. Diante dos nossos argumentos, e com o impasse na negociação, os membros da reitoria encerraram a reunião, comprometendo-se a marcar uma nova rodada de negociação nos próximos dias.

Quando saímos e demos o informe para os presentes no Ato convocado para acompanhar a negociação, a indignação foi geral, o que expressa que a categoria não estava disposta a aceitar tamanho desrespeito!

Diante disso, para nossa surpresa, no início da tarde a Copert chamou uma nova reunião às pressas, na qual apresentaram uma nova proposta melhorada. Pela nova proposta da reitoria, os números ficam os seguintes:

Além disso, informaram que foram autorizados a realizar o estudo técnico para a implementação do Auxílio Funeral para os funcionários celetistas, sinalizando que poderá ocorrer em breve. Comprometeram-se a realizar uma reunião específica para tratar questões sobre as creches. Sobre os outros pontos da Pauta, não foi possível avançar.

A exemplo do reajuste de 5% nos salários, a proposta de reajuste dos vales, ainda que melhorada em relação à proposta original, não recupera o conjunto das nossas perdas. No caso dos salários, para recuperar o poder de compra em relação a maio de 2012, ainda é necessário um reajuste de 12,23%. No caso dos benefícios, para recuperar o poder de compra em relação a 2013, admitindo que a assembleia aprove a proposta feita pela reitoria, ainda seriam necessários mais R$425,00 no VA, para chegar à nossa reivindicação de R$1.715,00, e mais R$30,00 no VR, para chegar aos R$75,00.

Como sabemos, dinheiro tem! A arrecadação do ICMS está bem acima do previsto, e a USP tem um caixa de quase 7 bilhões de reais! No entanto, para arrancarmos o conjunto das nossas perdas, é necessário avançar na mobilização e na luta! Na negociação da pauta salarial tivemos uma demonstração, já que a força do Ato que realizamos levou os reitores a aumentarem a proposta de reajuste de 3 para 5%. Em toda a nossa história sempre obtivemos as maiores conquistas através da luta, com greves muitas vezes radicalizadas. Portanto, mesmo que deliberemos na assembleia aceitar de imediato a proposta de reajuste dos benefícios feita pela reitoria, temos que seguir mobilizados para avançarmos no conjunto das nossas reivindicações!

Durante a reunião de negociação, houve um momento no mínimo lamentável. O presidente da Copert interrompeu a reunião aos berros em um determinado momento e questionou se os representantes do sindicato haviam repassado as informações da reunião para os presentes no Ato que ocorria na porta da reitoria. Honestamente, não entendemos tamanha indignação por algo absolutamente normal e corriqueiro. Afinal, somos um sindicato transparente e sempre informamos a categoria dos detalhes das reuniões de negociação. Da nossa parte, inclusive, as reuniões de negociação poderiam perfeitamente ser transmitidas.

Felizmente, mesmo com ameaças de interrupção unilateral da reunião por parte dos membros da reitoria, conseguimos contornar e seguir a negociação. Em próximas reuniões da Copert aprofundaremos esse debate do funcionamento das reuniões, mas já adiantamos que não seremos intimidados e seguiremos informando a categoria de tudo que ocorre nesses fóruns.