Em setembro do ano passado, denunciamos em boletim a política de amedrontamento dos funcionários pelo Diretor do Museu de Zoologia da USP, Prof. Marcelo Duarte. Veja AQUI sobre o tema!
Como dissemos, o Diretor vem gerindo o museu na base de processos administrativos e advertências, aterrorizando e adoecendo cada vez mais os trabalhadores. Enfim, na última semana a Direção do MZ e a Reitoria da USP consumaram a demissão de um dos funcionários que estava sendo processado.
O mais absurdo é que a canetada que demitiu o companheiro contrariou a própria sugestão da Comissão Processante, já injusta e desproporcional. A Comissão finalizou seus trabalhos de averiguação e sugeriu que o funcionário fosse suspenso por um mês, fosse encaminhado ao SESMT para acompanhamento e que fosse firmado um TAC (termo de ajuste de conduta). Contudo, o autoritarismo do Prof. Marcelo Duarte é tanto, que não bastava toda perseguição até ali infligida, e decidiu por conta própria por aplicar pena máxima ao trabalhador e demiti-lo.
E o que fez o funcionário?
Apenas exaltou-se em um grupo privado do WhatsApp, numa discussão entre colegas.
Os trabalhadores do museu discutiam no grupo o procedimento a que estavam sendo submetidos para retirar determinados materiais do almoxarifado. Várias trabalhadoras haviam manifestado incômodo ao serem fotografadas, e o funcionário demitido assumiu para si a as dores dessas companheiras, se revoltou e criticou a gestão neste grupo restrito a alguns colegas de trabalho.
Esse procedimento de fotografar os trabalhadores era tão problemático que nenhuma chefia ou a direção assumiram a responsabilidade por ele. De forma totalmente obscura as fotos foram suspensas pela administração, deixaram de ser tiradas, e a própria Comissão Processante teve que sugerir ao Museu um plano de comunicação institucional com “metodologias participativas”. No entanto, quem antes ousou levantar a voz contra aquele procedimento esdrúxulo foi punido com a perda de seu emprego!
Como já denunciamos, uma das “graves infrações” cometidas pelo funcionário foi ter usado a palavra “fogo” em sentido figurado para referir-se à organização dos funcionários do museu, o que oportunisticamente foi interpretado como ameaça ao patrimônio público pelo ditador Marcelo Duarte. Poderíamos supor que falta capacidade interpretativa ao professor, contudo trata-se da mais explícita má fé.
A perseguição pode ainda ser justificada pelos palavrões usados pelo funcionário em sua manifestação. Ora, quantos professores já não xingaram alunos e funcionários publicamente e nada aconteceu? Recentemente, vimos o Diretor da FFLCH xingar agressivamente os alunos grevistas da faculdade e este permanece no cargo.
Será mesmo que depois de anos de desvalorização, perseguição, assédio e adoecimento mental, um funcionário que inclusive tem CAT de saúde mental registrado por conta de uma ex-chefia, perde o controle com palavrões merece perder o sustento de sua família?
A verdade é que o companheiro foi demitido por ser crítico à administração. O que levou à demissão dele não foram seus supostos excessos ao se expressar, mas a pequenez e a covardia da Administração. Não conseguem dirigir o museu, se não na base da punição e do medo. Não tem envergadura para o cargo que ocupa, mas se mantém graças ao auxílio e proteção de seus pares mesquinhos na burocracia que dirige a USP.
Além desse, mais três processos administrativos foram abertos contra funcionários do Museu de Zoologia, por serem críticos à gestão, podendo gerar mais demissões.
Não podemos deixar vigorar a “lei da mordaça” na universidade. Não podemos permitir que os ambientes de trabalho sejam cada vez mais massacrantes e sejamos obrigados a aceitar calados.
Não podemos deixar passar que pequenos ditadores levem à cabo a destruição da vida de nós funcionários.
Se isso ocorre no Museu de Zoologia, conta com o suporte e a proteção do Reitor Carlotti (que assinou a demissão) e de toda estrutura jurídica autoritária da USP.
Faremos um ato na próxima terça, 5/3, para denunciar essa situação!
- Mexeu com um, mexeu com todos!
- Todo apoio aos funcionários perseguidos no Museu de Zoologia da USP!
- Pela reversão imediata da demissão e fim dos processos!
- Abaixo o autoritarismo do Diretor do MZ e da Reitoria!
ATO NO MUSEU DE ZOOLOGIA CONTRA O AUTORITARISMO DO DIRETOR
3ªfeira, 5/3, às 9h30