É com imenso pesar que recebemos a notícia de que no dia 24 de março nossa companheira Carolina Dini Jorge, trabalhadora da ESALQ – Piracicaba, morreu, aos 41 anos, vítima de feminicídio. Aos filhos, familiares e amigos de Carolina, deixamos nossa solidariedade e engrossamos as fileiras da luta por justiça.

Neste mês que marca a nossa luta contra a opressão patriarcal e a exploração, vemos mais uma de nós ter sua vida roubada de forma trágica e cruel. Depois de mais de duas décadas de casamento, o ex-marido, autor do crime, considerava ela e seus filhos sua posse e pensava poder dispor de suas vidas como bem quisesse. Não deu o direito de Carolina dizer não. Com uma faca à luz do dia, em frente à escola de sua filha, desferiu os golpes mortais. Há 7 anos, também no mês de março, outra companheira nossa, Geiza Martinez, de 44 anos, também foi assassinada por seu ex-companheiro. Assim como Geiza, Carol não foi a ser morta por ser mulher.

No Brasil de Bolsonaro e Damares o ódio às mulheres é pregado pelo próprio estado. A cada sete horas uma mulher é vítima de feminicídio. A cada dez minutos um estupro acontece. Essa triste estatística mostra que tragédias como essa não são exceção. São parte de uma política de submissão dos nossos corpos, do nosso suor e da nossa consciência. Uma morte desta forma, tão absurda e antinatural deve nos fazer levantar com tamanha indignação e gritar por justiça. Não podemos ser vítimas silenciosas da opressão e exploração da sociedade sobre as mulheres. Nosso ódio precisa ser o combustível para organizar nossa luta. Se Carolina não foi a primeira mulher a sofrer feminicídio, exigimos que seja última.

Nenhuma a menos!

Secretaria de Mulheres do Sintusp – 28/03/2022